Vivemos um momento eleitoral e eleições para o mercado financeiro é sinônimo de instabilidade.
Ninguém consegue prever com 100% de certeza o cenário que se desenhará nos próximos 4 anos, e isso reflete diretamente no setor — que não gosta de instabilidade ao ponto de uma partida de futebol impactar nos indicadores.
Junte a isso a ampla crise política, econômica e jurídica por qual passa nosso país e temos um cenário tórpido para os investidores, para o bem ou para o mal.
Isso tudo após dois anos de recessão, quando a economia voltava a reagir, recuperando o crescimento — 1% do PIB em 2017 e previsão de 3% para 2018, além de vários indicadores, como a juros e inflação, se mostrando mais positivos.
Com um segundo turno polarizado, a situação se agrava. Conforme a avaliação dos especialistas, se as perspectivas fossem o cenário nos levar a um candidato de centro, o caminho seria de pouco impacto na economia.
Neste ano, no entanto, não resta muito tempo para as variáveis mudarem: a inflação já chega nos níveis de final do ano, os juros já começam a se desenhar para o ano que vem e todas as outras variáveis caminham normalmente, apesar de um pouco estremecidas.
No entanto, o câmbio, que é a variável mais sensível, sofre muito mais o impacto eleitoral.
A cada pesquisa divulgada, este valor varia bastante, tornando instável o cenário para investidores cambiais.
Os indicadores mostram que o mercado tem mais medo da esquerda, desgastada e sem um motivo claro de estar presente neste momento da história, como em 2002, quando servia como alternância de poder. No entanto, outros fatores são ainda mais influentes.
Entre eles podemos citar:
Flutuações cambiais e da bolsa
Como já dissemos, com os resultados das pesquisas eleitorais, os índices têm apresentado flutuações positivas ou negativas, de acordo com o apontamento de intenção de votos em relação ao governo vigente.
Estas apostas, no entanto,têm um viés especulativo. Enquanto o clima é de expectativa, a população vai continuar sentindo o dólar aumentando ou diminuindo.
Contenção de investimentos e desemprego
Esse é um dos índices mais preocupantes para o Brasil atualmente, somando até o momento quase 13 milhões de brasileiros desempregados — mas falta emprego para mais de 27 milhões.
A situação se agrava bastante com as eleições. Com os investidores temerários diante das possibilidades, as empresas, de uma forma geral, adiam seus investimentos, incluindo a contratação de novos funcionários.
Isso reflete no aumento das taxas de juros, que atinge a todos que trabalham com financiamento bancário.
Investimentos públicos
Mesmo com a crise, os governos de todas as esferas investem muito mais em período pré-eleitoral, principalmente em infraestrutura e planejamento, na tentativa de se manter no poder.
Essas obras impactam diretamente na vida das pessoas, mas é um engano contar que elas sigam em frente no mesmo ritmo após o período eleitoral.
Falta de confiança
O índice de confiança do empresário anda bem abaixo do que foi há cerca de 10 anos, quando o Brasil estava na capa das principais publicações de economia mundiais por sua expansão.
Agora, todos estão com o pé no freio do investimento, esperando os próximos capítulos. Quando mais incerta a perspectiva econômica, menores as propensões de consumo e investimento.
Agora, nessa reta final, nos resta aguardar para saber qual candidato será eleito e como o mercado reagirá frente ao seu plano econômico. Certo é que a estabilidade volta a nos cercar, e os caminhos devem ficar mais claros para 2019.